Novo site: http://www.grupoheureca.com.br/

ARTIGOS

HOME
GALERIA DE FOTOS
ARTIGOS
NOTICIAS
DIRETORIA
ESPETÁCULOS
PENSAMENTO
CONTATOS
EQUIPE
HISTÓRICO
LINKS
TEATRO NAS EMPRESAS

Formação de um grupo de teatro

Josimar Alves*

 Em todo o Brasil encontramos grupos de teatro, uns religiosos, uns amadores e outros profissionais. O importante é que esses grupos trabalham a arte de representar e dessa forma levam essa arte milenar para milhares de espectadores. Para se fazer um grupo de teatro é necessário encontrar pessoas que tenham o mesmo interesse, que compartilhe as mesmas idéias. Por isso, convide pessoas para participar através de cartazes, de anúncios em escolas, através da mídia. Antes de pensar em encenar uma peça, deve-se trabalhar o grupo de forma integrada, sugerimos que sejam feitos jogos dramáticos. Recomendamos o livro 100 Jogos Dramáticos de Maria Clara Machado e Marta Rosman, pela editora Agir, ano 2001. Existem muitos outros livros nesta temática. É só pesquisar nas livrarias, na internet. Se você está pensando num grupo de teatro profissional, então reúna o pessoal numa assembléia e crie um estatuto, depois registre, vá à Receita Federal e obtenha o CNPJ, você vai precisar de orientação de um advogado e de um contador. Qual a importância de estar documentado? Fica mais fácil conseguir verbas municipais, estaduais e federais.A primeira encenação de um grupo pode ser um texto conhecido, ou um texto escrito pelos próprios componentes do grupo. O importante é ter uma boa história pra ser apresentada. Por exemplo, se for uma história bíblica, com certeza muita gente vai gostar. Os figurinos, cenário e adereços têm que estar de acordo com a história encenada, você não vai encenar a vida de Jesus com relógio, carro, celular e trajando um jeans. Pense sempre nas pessoas que vão assistir, afinal sem público fica difícil a representação teatral, por isso pense também no espaço que será apresentado, não crie uma peça com 30 atores/atrizes num local que só cabem 10 artistas.É essencial que todos sejam comprometidos com o grupo e que tenham disciplina, ou seja, se marcou um ensaio pras cinco da tarde, todos têm que estar nesse horário e se alguém não chegou, deve-se começar o ensaio conforme o combinado em respeito aos demais.Vivemos num mundo em que as energias espirituais estão em toda parte, por isso, sugerimos que não se esqueça de fazer uma oração antes de começar e depois quando terminar. Tem gente que não acha importante, mas quem vive artisticamente sabe da importância de ter Deus presente em tudo. Como decorar um texto? Uma sugestão é fazer a leitura de mesa, ou seja, a partir de várias leituras da peça torna-se mais fácil compreende-la e assim assimilar com mais rapidez. Muito importante fazer a análise da peça: Quem escreveu? Qual a sinopse? Quais são os personagens? Quantas cenas existem? Em cena, não use materiais naturais, por exemplo, copo de vidro, garrafas de vidro, alguém pode sair gravemente ferido. Utilize materiais em plástico ou em papel. A música de uma peça tem que estar em sintonia com ela, nada de jogar qualquer trilha sonora, porque acha que vai sensibilizar o público. Da mesma forma com a maquiagem, não assuste as pessoas. Com relação à iluminação lembres-se que quanto mais tiver luz sobre os artistas mais as pessoas poderão ver, esse negócio de fazer cena no escuro, não é muito interessante. Por fim, o ideal é que tenha sempre o mesmo lugar pra se encontrar, pra ensaiar, assim, ficam mais fáceis os trabalhos cênicos. O teatro é uma arte que facilita a comunicação, bem como apresenta histórias que refletem a nossa sociedade, e que sugere algumas soluções para os nossos problemas cotidianos.  

* Josimar Alves é professor, teatrólogo e jornalista. Atualmente é diretor do Grupo de Teatro Heureca parceiro do SESI da Paraíba.

DRAMATURGIA PARA CRIANÇAS.

                                                                    *Josimar Alves

 Para falarmos em dramaturgia para crianças devemos entender a nossa história, ou seja, a nossa evolução como ser que pensa e transforma. Nesse sentido, o universo infantil é uma novidade nas artes, haja vista que na Idade Média a criança simplesmente não existia enquanto ser, mas sim quando a mesma conseguia desenvolver tarefas como se fosse adulto. Foi a partir do século XVII que a Igreja e o Estado conseguem aprisionar o pequeno “animalzinho” para domesticá-lo e eis que surge a escola. Já no século XVIII a criança era vista como uma página a ser preenchida pelo adulto. Em seguida, o processo tecnológico explode no século XIX, temos a energia, as fábricas, mas o pequeno ser ainda é relegado na sociedade. No século XX a criança era tão frágil que seria preciso à presença da medicina para a preservação da criança em todos os sentidos. Surge então, a Psicologia e a Pedagogia como elementos essenciais para compreendermos o papel da criança na sociedade. Temos então o construtivismo e o sócio-interacionismo que comprovam que a criança não é um pequeno adulto, mas sim um ser humano em pleno desenvolvimento que constrói e reconstrói constantemente.

Estamos no século XXI e a partir deste breve histórico surgem alguns questionamentos: escrever teatro para crianças é uma tarefa simples? Os textos apresentados têm chamado atenção das mesmas? Quais são os símbolos ou ícones que possam fazer referência pra elas? Há uma comunicação efetiva na tríade texto X ator X expectador?A linguagem é clara? Que tipos de diálogos encontramos? Quais são as faixas etárias a serem atingidas?O problema torna-se maior quando alguns grupos ou companhia de teatro tentam adaptar textos para suprir a ausência de bons textos. E nesse sentido, percebemos o vazio da pesquisa e da criatividade, pois muitas vezes encontramos textos eminentemente didáticos ou maniqueístas, lembremos que as crianças não são “bobas”elas querem interagir.

No Brasil os primeiros textos foram feitos para serem interpretados por crianças. Em 1905, Olavo Bilac e Coelho Neto publicaram um livro com 10 peças cujo titulo era Teatro Infantil, depois em 1938 Joracy Camargo e Henrique Pongetti lançaram 18 peças infantis.O processo dramatúrgico começa mesmo no país no final dos anos 40 e inicio dos anos 50 com Lúcia Benedetti, Tatiana Belinky e Maria Clara Machado que não só escreviam como encenavam, mas foi em 1973 com o texto “Histórias de Lenços Ventos” escrito e dirigido por Ilo Krugli que temos um marco essencial, pois nos mostra uma forma de fazer e pensar o teatro para crianças brasileiras.Saímos do teatro educativo, da peça bem feita, ou seja, do começo meio e fim para a fantasia, imaginação, o jogo, a descontinuidade da narrativa. A criança está sendo vista como um ser humano inteligente, sensível, capaz de analisar, refletir, criticar. Nos anos 80 em diante essas marcas são preponderantes na valorização deste público exigente apresentando cada vez mais textos fragmentados, dissociados, ou seja, não lineares. Todavia, existem textos hoje que buscam mais os efeitos com cenário, figurinos, iluminação e a fábula nem sequer existe, não percebemos nenhum roteiro, mas sim piadas sem gosto e diálogos tolos, bem como textos que centralizam numa postura moralista ou que tratam as crianças como uma mercadoria um simples fast food financeiro, mais grave ainda temos aqueles que ainda tentam mostrar a criança com um lado “infantilóide” com trejeitos e clichês terríveis. Evidentemente que merecem aplausos todos os dramaturgos que tem mostrado novos temas em perpassar do imaginário à criticidade com um resgate a palavra na sua escrita e na sua oralidade, bem como na inserção de múltiplas linguagens, quer sejam com projeções, com técnicas de animação, máscaras, circo, com o tônus do ator em cena.

Escrever para crianças, para adolescentes, para jovens é ampliar os horizontes das letras, dos sentimentos profundos e não permanecer nos chavões, gags ou gírias. Em 2008, completamos 60 anos de teatro para crianças no Brasil cuja peça representativa é o “Casaco Encantado” de Lucia Benedetti. Uma comemoração foi lançada pelo Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude.  Lembramos também os 60 anos da Escolinha de Arte do Brasil fundada em 1948 no Rio de Janeiro por Augusto Rodrigues, que contou com vários artistas e que depois teve a participação essencial de Ilo Krugli no final dos anos 50.

Sugerimos alguns textos para consulta, pesquisa e montagem: A Magia do Teatro Infantil (1988) Organização: Arnaldo Niskier, Editora Consultor (1988); A Menina que Buscava o Sol (1975) Autora: Maria Helena Khüner,Coleção Vertente, 2001 Editora Vertente; História de Lenços e Ventos (1974) Autor: Ilo Krugli Coleção Vertente, 2000 EDC - Editora Didática e Científica  Contato: edec@edec-editora.com.br; O Casaco Encantado (1948) Autora: Lúcia Benedetti (1914-1998) José Olympio Editora, 2005; O Cavalo Transparente Autora: Sylvia Orthofi (1932/1997) Coleção Vertente, 2001; EDC - Editora Didática e Científica Contato: edec@edec-editora.com.br

 

Referências bibliográficas

ABRAMOVICH, Fanny. O Estranho Mundo que se mostra às Crianças. São Paulo: Summus,1983.

BACHELARD, Gaston. A psicanálise do fogo. São Paulo: Martins Fontes: 1988.

CAMAROTTI, Marco. A linguagem no teatro infantil. 2. ed. Recife: UFPE: 2002.

COHN, Clarice. Antropologia da criança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar: 2005.

FREITAS, Marcos Cezar (org.) História Social da Infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.

PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro. São Paulo: Perspectiva, 1999.

PUPO, Maria Lucia de Souza Barros. No Reino da Desigualdade. São Paulo: Perspectiva, 1991.

VYKOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1983.

 

 *Josimar Alves é ator e diretor de teatro. Professor e jornalista é o atual Diretor Presidente do Grupo de Teatro Heureca parceiro do SESI da Paraíba.

                                             Campina Grande, 26 de abril de 2008.

-----------------------------------------------------------------------------------------------

                                            TEATROTERAPIA

* Josimar Alves

 

O Teatroterapia surge no redescobrir os valores de cada um através do lúdico, são exercícios ou ‘brincadeiras’ que possibilitam as pessoas a se reencontrarem.

Todas as idades são bem vindas, pois desde o contacto com as informações recebidas oriundas do ventre da mãe e do processo de cultura que lhes são incutidos no dia-a-dia, essas informações são experienciadas da forma mais fraterna.

São Jogos dramáticos, colagens, pinturas, enfim o universo interno posto para o universo externo.

O Teatroterapia trabalha nossa sensibilidade, a percepção, e sabemos que muitas vezes torna-se uma tarefa árdua, trabalhar o nosso eu (interior) porém o teatro tem facilitado a vida das pessoas, todo mundo tem que aprender de novo seu modo de olhar, de andar, de sorrir, etc.

 

* Professor, teatrólogo e jornalista.

 

                                                Campina Grande/PB, agosto de 2007.

 

 

______________________________________________________________________________________________

Festival de Inverno de Campina Grande – Paraíba

* Josimar Alves

Em 1976, o Festival de Inverno de Campina Grande surge como herdeiro do Festival Nacional de Teatro Amador, criado dois anos antes. Desde então, já se sabia que ele não seria uma simples moda de inverno. Nomes importantes da dramaturgia brasileira, como Pascoal Carlos Magno, Alcione Araújo, Maria Luiza Barreto e outros que assistiram ao seu nascimento não se restringiram apenas a contribuir para o engrandecimento do festival, mas tornaram-se seus admiradores e colaboradores. Talentos famosos alargaram a dimensão do Festival que, mesmo no seu nascedouro, já servia de pódio para artistas, até então anônimos, darem os seus primeiros passos rumo ao estrelato.

Cumprindo as funções de distribuidor, de formador e de promotor da circulação de bens culturais, o Festival de Inverno passa, a partir de 1986, adescentralizar as suas atividades, democratizando o acesso às artes para cinco cidades circunvizinhas, experiência que, apesar de bem sucedida, acabou em 1992, momento em que ainda não se percebia o papel das culturas e das artes como fonte de desenvolvimento econômico, uma vez que tais ações despertavam de alguma forma a potencialidade turística desses municípios.

Sua sina inquieta, traduzida pela própria inquietação de sua idealizadora, a professora Eneida Agra Maracajá, o levou a trilhar por caminhos antes desconhecidos. Começa a executar projetos durante o ano inteiro, deixando de ser apenas uma mostra de artes de dimensão nacional. Extrapola, desse modo, a condição de evento e passa a se construir em empreendedor de um programa cultural permanente, congregando, dentre outros, o projeto Cultura no Presídio, desenvolvido ao longo do ano.

Eneida Agra Maracajá

 

Professora Mestre em Educação pela Universidade Federal da Paraíba, com dissertação defendida sobre o Teatro na Educação Popular, Eneida Agra Maracajá é uma das mais respeitadas promotoras culturais do país e dirigiu o Teatro Municipal por 12 anos, quando também criou o I Fenate (1974), evento cultural precursor do Festival de Inverno de Campina Grande, que em 2005 completará 30 anos. Além de professora de História da Arte, Eneida é representante da Rede Brasil na Paraíba, membro do Conselho Brasileiro de Dança e do Conselho Internacional de Folclore da Paraíba. É professora-fundadora do Projeto Cultura no Presídio, uma iniciativa que oferece aos detentos do Presídio do Serrotão a oportunidade de desenvolvimento da cidadania através das habilidades artísticas. Também inovou a Micarande com a criação do tradicional Bloco da Saudade, uma agremiação que resgata a cultura popular e os festejos carnavalescos brasileiros. Através do Festival de Inverno, da qual é criadora e coordenadora, implementou projetos na comunidade a exemplo do Circo da Cultura e do Pólo de Extensão, que alcançou oito cidades paraibanas levando arte e cultura. Uma de suas mais importantes ações foi o resgate do Cine São José, junto ao Governo do Estado, para transformação em um teatro e escola para crianças e adolescentes em situação de risco.

 

* Professor, teatrólogo e jornalista.

 

                                                Campina Grande/PB, julho de 2007.

 

_____________________________________________________________________________________

O Teatro e o Circo na contemporaneidade

* Josimar Alves

A história do teatro se confunde com a história da humanidade, pois a arte de representar advém das situações vividas pelo ser humano que, por culto, religiosidade, louvor, prestígio, entretenimento, registro, ou simplesmente pela pura expressão artística expressa seus sentimentos num mundo da fantasia muito parecido com um mundo real. O mundo evolui e a arte de se representar acompanha essa evolução. Passam os séculos e os homens ali estão vivendo, sobrevivendo e exortando, pelo viés da arte, a sua relação interpessoal, seu passado, seu futuro, seus medos, seus ideais, suas vontades e desejos. O Circo tem em sua origem,  na Roma antiga. Os circos eram montados e desmontados em grandes arenas ao ar livre, apresentando as corridas de bigas - carros puxados por dois cavalos - e lutas de guerreiros. O picadeiro circular - ambiente mágico povoado por acrobatas, engolidores de fogo, domadores de feras, faquires, trapezistas, palhaços e equilibristas - só foi introduzido muito mais tarde, em meados do século XVIII, na Inglaterra, temos Philip Astley, como o criador do circo moderno. Baseado no princípio de que é mais fácil manter-se de pé sobre um cavalo a galope se este executar um círculo perfeito, Astley comprou um terreno e cercou-o com cordas em círculo para cavalgar e adestrar seus animais. Tornou-se conhecido de pequenas platéias de crianças que se encantavam com seus números de equitação e com seus cavalos adestrados. Aos poucos juntou-se com artistas de rua, comediantes e malabaristas, convidando-os para seus espetáculos. Depois vieram os domadores de animais selvagens e a trupe começou a viajar pela Europa, apresentando-se até para reis e rainhas. Sobrevivendo às novas formas de entretenimento, como o cinema e a televisão, o circo permanece como um dos espetáculos mais populares em todo o mundo. A palavra circo vem do latim circu, significando círculo ou oval e hoje designa a casa de espetáculos desmontável, de forma circular e coberta de lona. No Brasil, além da grande repercussão alcançada nas apresentações das grandes companhias estrangeiras, o circo desenvolveu-se em torno de famílias circenses que percorriam todo o país encantando pequenas ou grandes platéias. Quem não se lembra de palhaços famosos como Torresmo, Piolin e Arrelia? Foi no final dos anos 1950 e início dos anos 1960 que as companhias circenses nacionais empobreceram e muitas acabaram. Porém, na década de 1980 iniciou-se uma reabilitação das artes circenses, com a criação de uma escola de circo no Rio de Janeiro. A partir de então, multiplicaram-se pelo país os grupos que cuidam para que esta arte não desapareça: Irmãos Brother, Intrépida Trupe, Teatro dos Anônimos (Rio de Janeiro), a Carroça dos Mamelungos (Ceará), Nau de Ícaros, Irmãos Fratelli, Circo Escola Picadeiro (São Paulo), a Agitada Gang (Paraíba), Grupo de Teatro Heureca parceiro do SESI da Paraíba, entre outros. Além de trazer de volta uma tradição cultural e artística genuinamente popular, as escolas de circo no Brasil têm cumprido uma função importante com projetos voltados à profissionalização e integração social de crianças e adolescentes carentes, tirando-os das ruas e devolvendo-lhes a cidadania. A atriz e professora Chalena Barros de C. Grande na Paraíba, tem feito uma investigação teatral e circense sobre esta questão, tendo se aprofundado em acrobacias aéreas. Hoje, o circo tem uma tenda de lona (estrutura inspirada na arquitetura dos povos nômades do Oriente) fácil de montar e desmontar. Os animais ferozes e seus domadores fazem parte de um número que surgiu no circo atual. Os bobos da corte e os Arlequins são hoje nossos palhaços. Trabalhar no circo é também morar no circo, viajar com o circo e levar a "vida de circo". No circo é comum um artista ter muitas funções e saber fazer de tudo um pouco, Com a presença da mídia, ou seja, a televisão, o rádio e o cinema apareceram como novas formas de lazer afastando as pessoas do circo, mas o amor pela arte faz com que a fantasia presente nos espetáculos seja passada de geração para geração. A arte é passada de pai para filho, mas existem os circos-escola que ensinam à arte circense. A partir deste breve histórico resta-nos a pergunta qual a função social do teatro e do circo hoje?Se antes, no passado era de engajar as pessoas nos problemas sociais brasileiros, hoje estas artes proporcionam um escape, uma fuga dos nossos problemas vividos.

                                               * Professor, teatrólogo e jornalista.

 

                                                Campina Grande/PB, junho de 2007.

.

____________________________________________________________________

 

NECESSIDADE

                                              Josimar Alves*

Qual a necessidade de Brecht hoje?

Estudar Brecht é essencial, pois abre uma série de discussões no mundo, todavia, não podemos reduzir seu trabalho a algumas receitas ou processos, pois como sabemos o teatro isolado não poderá mudar a nossa sociedade, nem chegar a uma profunda mudança política, mas poderá mostrar um caminho, uma solução, um oásis no grande deserto da vida.

No trabalho dele podemos perceber claramente várias provocações:

1.                 Ele faz intervenções quando menos se espera;

2.                 Enfrenta todos os paradoxos;

3.                 Rompe com diversas lendas.

Bertolt Brecht sempre fez uma grande reflexão sobre a arte e a literatura: “Na verdade, é a arte inteira, sem exceções, que está mergulhada numa situação nova. É enquanto totalidade, e não como se estivesses cortada em mil pedaços, que a arte sofre um confronto, é enquanto totalidade que se torna ou não uma mercadoria”. ¹

A partir dos estudos brechtianos podemos inferir:

·         Como acontece nossa prática artística?

·         Que produto temos hoje?

·         Quais as modificações sociais que teremos com a presença do texto na tríade autor-ator-espectador?

Para Brecht o ator precisa saber que no palco ele é somente um artista interpretando um personagem, mostrando como ele é sem precisar vivê-lo; já o espectador de teatro tem que ser um critico-social, um jurado que tem os atores como testemunhas, levando este julgamento popular a conhecerem os testemunhos não por empatia, mas pela busca constante de se encontrar uma verdade.

É interessante lembrar que a proposta de Brecht sempre esteve voltada em unir a ‘arte ao trabalho’, fazendo uma ‘prática social humana’. Seu trabalho pautou-se em fazer uma teoria da arte marxista para que pudéssemos entender a ordem artística ou social e ao mesmo tempo seu desejo era que a arte fosse uma poderosa arma nas mãos de todos que procuram transformar o mundo.

 

BRECHT, Bertolt, Estudos Sobre Teatro.  Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.

LEBRAVE, Jean–Louis, LEFEBVRE, Jean-Pierre, GISSEIBRECHT, André e LORTHOLARY, Bernard. Bertolt Brecht, écrits sur la literature et l’art.Paris: L’arche, 1970.

 

                            *Josimar Alves é ator, diretor, jornalista e professor.

                                                

                                                 Campina Grande/PB, maio de 2007.

 

 

_______________________________________________________________

 

Reflexões

                                                                  Josimar Alves*

  •      Com o nosso teatro estamos contribuindo para que o ser humano tenha uma qualidade de vida melhor?

 

  •      Nossos espetáculos têm ajudado as pessoas a serem mais amáveis?

 

  •     Como perpassamos a idéia da valorização da vida?

                     *Josimar Alves é ator, diretor, jornalista e professor.

                                          

                                                 Campina Grande/PB, abril de 2007.

 

Enter supporting content here

Copyright 2011 - Website Inc. All rights reserved. Web Design: Robson Benício/Josimar Alves